Um pouco de amor, por favor. (O lado bom de amar.)





Amar tem lá suas vantagens, vamos admitir. O problema é que sempre somos mais atordoados pelas dores e loucuras que o amor nos causa. Nada pior que sofrer por amor, não é? A tristeza quase infinita, as noites em claro, um copo de bebiba (como se fosse ajudar em alguma coisa), horas chorando por alguém que você odeia mas que no fundo ama ou não consegue largar. É, sofrer por amor é como levar socos e socos no estômago. Dói e nunca esquecemos o quanto é desconfortável.
Vamos ao lado bom de amar. Vamos observar como ficamos bestas e rimos até de coisas possivelmente trágicas. Você está no trabalho e faz alguma besteira. Seu chefe chega falando sério e por conta do seu estado de graça, você sente uma vontade enorme de soltar aquela gargalhada. Seria realmente cômico se ele não fosse ficar mais zangado e pensando que você estava tirando sarro dele.
Quando amamos, sentimos aquela coisa estranha, que muitos dizem ser 'borboletas no estômago'. Não sei de onde surgiu tal comparação, até porque nunca li ou escutei relato de alguém que sentiu borboletas no estômago. Um aleluia para as definições populares sobre os sintomas de amor.
Bom, quando estamos apaixonados, conseguimos até lidar de forma mais leve com situações estressantes e tristes. Não nos importamos tanto com coisas pequenas e achamos tudo bonito. Nos inspiramos para escrever cartas e mais cartas de amor. Deixamos bilhetes bobos em cima da mesa, na geladeira, dentro da agenda. Compramos presentinhos com corações, ursinhos e flores. Queremos sair todas as noites para jantar, ir ao cinema ou simplesmente passear na praia. Ficamos nervosos para que o outro dia chegue logo e aconteça o reencontro tão esperado. Esperamos com ansiedade uma ligação de uma hora ou de um minuto apenas para dizer que está com saudades ou para dar boa noite.
Estar apaixonado é viver em permanente estado de alegria, sonhos, loucura e um pouco de desespero e medo. O amor também precisa de suas inseguraças e perigo para não perder a graça. O amor precisa doer por alguns segundos para nos lembrar que devemos cuidar muito bem dele.
Depois de um tempo, você começa a ficar em um estado mais confortável e nota que está sentindo tudo de novo. Esquece das noites mal dormidas que antigos amores lhe tiraram. Percebe que sempre vai ser assim e começa a se preparar para a noite que não dormirá novamente. Ao mesmo tempo fica besta por lembrar o dia em que saiu e ganhou uma rosa. Uma tarde que foi ver o pôr do sol com o único e grande amor da sua vida (ou não). Fica anestesiado ao lembrar da primeira vez que escutou "Eu te amo" e quase desmaiou, mas se conteve para não pagar mico.
Amar tem lá muitas vantagens. Então, por favor, jogue-se desse abismo e deixe-se amortecer por sentimentos ternos e idiotas.

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