Sobre livros de autoajuda
Livro de autoajuda. Psicólogo pra quê? Amigo pra quê? Alguém pra quê? Você saca um livro que diz tudo o que você precisava para curar aquela agonia, aquela tristeza, aquela mania. Cada crise, um livro diferente, até que seu quarto todo está tomado de títulos como "Dê um basta na ansiedade" e "Xô, depressão". Depois disso, passa a conversar com as pessoas como se fosse a pessoa mais sadia e mais resolvida do mundo. Vira o dono dos conselhos, o amigo que apaga fogo, troca as peças com defeito dos outros. Você vai para casa com sensação de dever cumprido. Abre a porta, acende a luz e percebe que está sozinho. Não tem um cachorro para latir pra você. Não tem um gato para fazer carinho. Nem mesmo um peixe para ficar te olhando sem piscar. Aí, você senta, olha para os lados e saca um livro de autoajuda, a fim de esquecer a realidade triste daquele lugar. Começa a ler e passa horas a fio naquelas palavras do tipo "Confie em si mesmo e aí saberá como viver melhor e co