Estado de graça

Voltei ao estado de graça. Voltei a ter aquela sensação de estar em transe por pelo menos uma semana. Fiquei deitada por algumas horas no escuro, olhando pro teto e ouvindo os gritos dos meus sentimentos e pensamentos. Resolvi escrever um pouco. A tinta da máquina está falhando. Estou sem paciência. Não tenho um lápis e nem caneta. Vou recorrer a tecnologia. Ligo o computador, coloco música clássica e começo a vomitar essas palavras que estão travando uma luta épica de espadas e sangue.
Não sei mais nem sobre o que estava falando. Ora escrevo sobre mim, ora escrevo sobre os outros. O meu dilema é ter que falar sobre as pessoas. As pessoas são estanhas e até onde sei, também sou gente, logo sou estranha.
Fechei os olhos e quase adormeci, mas em vez disso, fiquei observando aqueles flashes em minha mente. Senti nostalgia. Senti vontade de voltar alguns anos, experimentar outros sorrisos, mas não me arrependo. Para chegar até aqui, fui feliz e me machuquei, também.
Peguei um livro. Li algumas palavras. Não sei, mas Clarice sempre salva meu coração. Basta isso.
Não sei mais nem que horas são e amanhã tenho que trabalhar. Que vontade de tomar um café, encontrar alguns amigos e falar sobre o nada.
Voltei ao estado de serenidade. Não vou me alterar. Não vou chorar e nem sorrir. Vou apenas ser. Tipo uma borboleta que está pronta para sair do casulo e morrer em 24 horas. Estou pronta, enfim.

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