Volta

Voltei para as minhas letras, as minhas frases, as minhas vírgulas.
Voltei para o tec-tec da máquina de escrever, para os inúmeros pedaços de papéis rabiscados e espalhados pelo quarto.
Voltei a perceber as coisas de forma mais íntima e percebi que me manter mais distante de tudo só tira a essência das coisas. Percebi que eu sou feita disso, mesmo. Eu preciso analisar as coisas e pensar sobre elas. Ao mesmo tempo, eu só gosto de ficar olhando, escutando e pensando. Acho que falo quando é necessário, mas às vezes não consigo ficar calada.
Voltei a digitar coisas sem nexo que no fim das páginas fazem todo o sentido.
Entendi que ser feliz é mais simples do que parece, a gente que complica tudo.
Cheguei à conclusão de que um sorriso por dia é o suficiente para que levantar da cada e viver valha a pena.
Também notei que as pessoas e o mundo andam um pouco mais doentes, apressadas e cheias de egoísmo. Tenho receio de ser egoísta assim, então optei por não me preocupar mais tanto.
Voltei a me preocupar com a quantidade de açúcar que tem o meu café. Voltei a me importar com os meus livros organizados por escritores ou assuntos.
Voltei ao meus vícios que me fazem tão bem, a minha rotina de pensamentos, rabiscos, devaneios e felicidade interna.
Voltei a ser feliz.

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