Crônica do amor e desamor.
“E quando acaba a gente pensa, ele nunca existiu”. Cazuza, como sempre, objetivo, traiçoeiro e coberto
de razão. Claro que falava sobre amor. Assunto tão batido, tão tema de novela,
mas que ainda assim nos prende, incomoda, parece pedir esmola.
O amor é uma das maiores necessidades do homem, inclusive maior que fé,
já que até quem diz não ter fé, tem necessidade de amar e amado ser. Então,
você chega a um ponto da vida que encontra o grande amor, se entrega e vive
intensamente aquele “para sempre”, até que as coisas começam a não dar tão
certo e você começa a refletir e concordar com o trecho de outra música, que
nos aperta o peito e nos põe na parede ao dizer que “o pra sempre, sempre
acaba”.
Certo. Acabou. Você sofre, não aguenta
mais ouvir determinadas músicas, nem filmes, vive uma amargura que parece não
ter fim. Chora sozinho, chora pros amigos, nas redes sociais, pros
desconhecidos. Vive o luto e promete nunca mais amar.
Então, quando você está desarrumado por aí ou simplesmente aberto a
fazer novas amizades, porque é o afeto que convém, aparece alguém que vale uma
noite de insônia, que tira um sorriso sem esforço, da um abraço com gosto e de
repente, num frenesi de intensidade, descoberta e paz, você já quebrou todas as
promessas de não “gostar”, sem razão, sem explicação e não dói mais o
sofrimento anterior, não parece ter existido com tanta força um desgosto e um
sofrimento infinitivo, que não deixava você nem assistir a um comercial de
perfume, sem ter vontade de chorar.
Adivinha, a gente ama e re-ama todos os dias, por mais que você se
mantenha firme e determinado, uma hora isso vai chegar e não adianta o
desespero, a ansiedade de saber que vai se apegar de novo, esse amor acontece
como um vírus, sem vacina, sem remédio e sem contraindicação. Agora, nessa nova
etapa e nessa nova aventura, você só olha pra frente e quando enxerga lá atrás,
parece ter certeza de que o que deixou não faz falta.
Agora é outra pessoa, outras coisas, outras distrações e mais uma vez,
em uma mesma música, Cazuza nos presenteia com o desfecho perfeito, para se
pensar em uma quarta-feira, com cara de segunda, “O nosso amor a gente inventa,
pra se distrair”
É sempre "algum veneno antimonotonia". Seja como for. Não há quem fuja do amor. <3
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ExcluirVim te visitar! Bela crônica! Cazuza poeta! Abraços musicais!
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