Chuva, café e poesia.


Chove lá fora. A música toca baixinho e o silêncio dentro de mim parece querer cutucar algumas feridas. Não gosto de ser tão provocada assim. Tenho vontade de jogar a minha consciência fora e ser livre de forma banal.O café está quase pronto, deixei um livro de poesias sobre a mesa. Estou preparando o meu terreno sagrado de serenidade. Gosto de ficar só nesses momentos.
Gosto dessa imagem cinzenta que tem o dia chuvoso. Gosto porque os pensamentos ficam mais livres, mais lentos e podemos sentir saudades sem chorar.Podemos ser nós mesmos, tomar um banho de chuva e ser um pouco feliz.
O café está pronto,finalmente. Vou colocá-lo em uma xícara qualquer, para que ele não se sinta muito importante e não perca a humildade. Perder a humildade é quase suicídio. A verdade é que sou dependente de café. Esse é o meu vício e droga assumida. Acredito que não vou ser internada por isso.
A varanda me espera, a música vai acabando, a chuva está diminuindo. Pegarei o livro de poesias com palavras e sentimentos tão sinceramente colocados e sairei um pouco desse mundo que não me pertence e a qual não pertenço. Vai entender. Se sou um quase nada, um quase espaço, um quase segundo, talvez não pertença a nenhum lugar e muito menos a um mundo. Sou um quase tudo.

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