Desapontar-te
Existe a ansiedade de
não querer desapontar ninguém, e aí você se esforça, fica pelo avesso, corre,
pula, se esconde ou escancara de vez, como forma de ser aprovado ou devidamente
apreciado.
Quando finalmente
senta em um cantinho, abaixa a cabeça e pensa um pouco, percebe que a uma das
ironias da vida é que somos pessoas e não lápis e que ao contrário desse
desapontar tão temido, você não pode simplesmente se transformar em um apontador
e se moldar ou apontar o outro de forma perfeita, pronto para fazer um rabisco impactante
ou uma poesia hermética. Ao contrário, você enxerga que uma das maiores belezas
da vida está naquele bilhete feito em um guardanapo amassado, sujo e cheio da
nossa essência que temos medo de externalizar e correr o risco de ser
desaprovado. Por essas e outras, prefiro usar caneta pra tudo.
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